Com os transportes públicos ainda sem a capacidade máxima, a Câmara Municipal de Lisboa apresentou, dia 3 de junho, um plano de transformação do espaço público.
O plano, assente nos programas «A Rua é Sua» e «Lisboa Ciclável», salientou Fernando Medina, pretende evitar a escolha do automóvel. “Lisboa corre o risco de parar e o ar ficará irrespirável”, alertou o presidente da autarquia.
Para evitar o reforço do transporte individual, afirmou, a Câmara vai avançar rapidamente com medidas no âmbito da rede ciclável, aumento do espaço nos passeios, e redução da velocidade em ruas residenciais.
Fundo de mobilidade de 3 milhões de euros:
O apoio da autarquia na compra de bicicletas, será organizado em parceria com as lojas de bicicletas de Lisboa, que aderirem ao projeto. O financiamento municipal, até ao limite de 50% do valor de aquisição, será de:
-até 100€ para bicicletas convencionais (estudantes);
-até 350€ para bicicletas elétricas;
-até 500€ para bicicletas de carga.
Rede ciclável de 200 km até 2021 e mais estacionamento para bicicletas:
A rede, atualmente com 105 km, deverá crescer mais 26 km até julho, em locais como: Alameda dos Oceanos, Av. de Pádua, Av. Cidade Luanda, Av. Almirante Reis, Av. da Índia, Av. 24 de Julho, Av. da Liberdade, Av. do Uruguai. Nesta fase, estão já incluídas as pistas já contruídas, na Av. Berlim, Av. Cidade Bissau, Rua Castilho, e Av. Marquês da Fronteira.
Até setembro, serão construídos mais 30 km, nas avenidas: Roma, Marechal Gomes da Costa, Ceuta, Lusíada, Berna, Conde Almoster, José Malhoa e Descobertas. Já em 2021, a cidade terá mais 20 km de ciclovias, na Av. Gago Coutinho, Av. Restelo, Av. Torre de Belém, Av. Álvaro Pais, Av. Carlos Paredes e Av. Helena Vieira da Silva.
Nos parques subterrâneos da EMEL, e concessionados pela CML, o estacionamento fechado para bicicletas vai chegar aos 1 050 lugares. A este aumento, acrescem ainda 1 700 lugares junto aos principais interfaces de transporte público, e 5 000 para estacionamento em todas as entidades de interesse público que o solicitem, como escolas, clubes desportivos e outras instituições.
Mais espaço para as pessoas
Para ajudar a manter o distanciamento social recomendado pela Direção-Geral da Saúde, a Câmara vai também intervir no espaço público, dando prioridade a zonas de espera associadas a atividades básicas: retalho alimentar, restauração, equipamentos de saúde, farmácias, paragens de transportes públicos.
As soluções passam, ainda, pela mitigação das ilhas de calor, criando espaços de sombra, apoio ao comércio local através do aumento da área para esplanadas, se necessário, através da supressão de lugares de estacionamento e/ou de uma via de trânsito.